Tire suas dúvidas sobre DIU

Você deve ter acompanhado em minhas redes sociais, em dezembro e janeiro, uma série sobre o DIU (dispositivo intrauterino). Compilei neste post todas as informações que você precisa para tirar suas dúvidas sobre este método contraceptivo!

Atualmente, existem basicamente dois tipos de DIU, os hormonais e os não hormonais. Você deve conversar com o seu médico e definir o mais indicado para você. Ambos funcionam provocando reações no endométrio, trompas e colo uterino. Tais reações dificultam a motilidade dos espermatozoides, impedindo, com isso, a fertilização – encontro dos espermatozoides com o óvulo. Vale lembrar que não são abortivos, eles simplesmente impedem a gravidez antes que ela ocorra.

Embora eles durem de 5 a 10 anos, podem ser retirados antes da data de vencimento, se a paciente desejar engravidar.

Dói para colocar DIU?

Pode haver um leve desconforto, mas o DIU, qualquer um deles, pode ser colocado em consultório, sem anestesia ou com leve anestesia no colo do útero. O procedimento é muito rápido!

Você não sentirá que tem alguma coisa dentro de você. Raramente, pode haver cólicas nos dias iniciais. Você nem precisa se afastar do trabalho ou deixar de praticar atividades físicas após a inserção. Poderá também ter relação sexual 24 horas após a colocação, sem preocupação com gravidez.

Vou engordar usando DIU?

Os DIUs não hormonais não têm qualquer influência no peso. Já os DIUs hormonais, embora tenham hormônios, os têm em uma quantidade muito pequena, bem menor do que das pílulas. Logo, têm pouca influência no painel hormonal.

O DIU hormonal libera 1/10 da quantidade de hormônios liberados pelas pílulas anticoncepcionais. A quantidade de hormônios liberados na circulação é 10 a 30 vezes menor do que as pílulas de baixa dosagem. Entretanto, percebe-se, na prática, que algumas mulheres, em número reduzido, podem apresentar algum inchaço com o DIU Hormonal, mas trata-se de exceção.

DIU pode causar espinhas?

Não! Algumas pessoas associam o uso de DIU com aparecimento de espinhas, mas, na prática, o que acontece é que as pílulas anticoncepcionais, ao bloquearem os ovários, reduzem os níveis de testosterona circulantes e isso provoca uma melhora pronunciada da pele. Quando o uso da pílula é interrompido, ocorre um desbloqueio na produção de testosterona e a pele volta ao que era antes, sem o uso dos anticoncepcionais.

E a segurança contraceptiva?

Ao contrário do que muitos pensam, estatisticamente, o DIU é muito mais seguro do que pílulas. É por isso que a FEBRASGO – Federação Brasileira de Ginecologistas e Obstetras, recomenda o DIU como método de primeira escolha para evitar gravidezes indesejadas em adolescentes, justamente por se tratar de método mais eficaz do que anticoncepcionais nessa fase.

  • Falha da pílula: 3/1000; na prática, 90/1000
  • DIU: 20 vezes mais eficaz do que as pílulas, com eficácia comparável à ligadura e vasectomia, só que reversível.

Existem contraindicações?

CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS (inegociáveis):

– Gravidez: (obviamente) é importante ter certeza de que não está grávida ao colocar o DIU. Por isso, recomenda-se a colocação durante a menstruação.

Em pacientes que não menstruam ou que estejam amamentando, por exemplo, é importante fazer um teste antes da inserção, para se descartar a gravidez.

– Sangramento Uterino Anormal: é importante identificar a causa, a fim de descartar algum câncer ginecológico. Nestes casos, o DIU está contraindicado;

– Malformações uterinas: se houver alguma alteração na anatomia da cavidade uterina, mesmo que presente desde o nascimento – congênita – ou adquirida, como algum mioma gigante que altere a cavidade, está contraindicado o uso de DIU;

– Histórico de gravidez ectópica ou fatores de pré-disposição;

– Doenças sexualmente transmissíveis nos últimos 12 meses (isso NÃO inclui candidíase, herpes, hepatite B ou vulvovaginites);

– Alergia ao Cobre (no caso do DIU não-hormonal);

– Doença inflamatória pélvica ou aborto séptico recente.

CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS: (vai depender do grau)

– Anemia;

– Doença das válvulas cardíacas (fazer uso de antibiótico profilático, nos casos autorizados);

– Distúrbios de coagulação;

– Uso contínuo de anti-inflamatórios, corticosteroides ou imunossupressores ou tetraciclinas;

– Mulheres com múltiplos parceiros;

– Doença de Wilson.